História da FERRADOSA

 

 

“ Esta povoação não deve o nome a nenhuma espécie de planta; e todavia não deixa de evocar a fundação romana de uma antiga coló­nia agrícola.

Como se observa nos nomes de Caparrosa e de Cercosa, o sufixo osa está justaposto em Ferradosa a um radical Ferrad ‑.Esta raiz Ferrad resulta duma ligeira alteração do radical latino Ferrat (abrandamento do t para d lhe chamam os gramáticos).Foi pelo mesmo mecanismo que o t do latim 1atus se transformou no d do português lado.Ferratus, marcado a ferro, seria, a designação rústica dos escravos, correspondente ao latim clás­sico Ferrátilis.Na sociedade romana não havia lugar para o jornaleiro, para o assalariado.Só podia ser homem livre quem possuía pro­priedade de cujos réditos pudesse viver, ou exer­cesse funções públicas remuneradas, ou explorasse um ofício, um ramo de comércio. Para além dos comerciantes, dos artífices, dos proprietários, do funcionalismo, ficava a multidão confusa dos proletários e dos escravos.Os proletários eram os ociosos das ruas de Roma, miseráveis sem eira nem beira, que viviam do tráfico do seu direito de votar, e de assistência pública.Os grandes de Roma, necessitavam de votos para subirem às altas magistraturas; pagando aos proletários, tinham os votos suficientes para triunfar.Havendo rivalidade, era servido . . . o que pagasse melhor.O negócio do voto e as distribuições ou de dinheiro pelo Estado, o estipêndio pelas revo­luções eis as pouco dignificantes fontes de recur­sos do proletariado que é como quem diz do paupe­rismo urbano de Roma.Não havia possibilidade de ocupar tais persona­gens, porque todo o trabalho servil era realizado pelos escravos e agricultores não queriam ser.Os escravos eram geralmente prisioneiros de guerra, vendidos pelo exército vencedor a quem mais desse por eles.

Prisioneiros vendidos ou homens livres reduzi­dos à escravidão no meio das guerras civis ou das crises económicas, os escravos tinham de trabalhar como animais domésticos, sem remuneração alguma e como estes, à força de chicote.

Nenhuns direitos humanos se reconheciam a esses desgraçados. Não tinham direito a constituir família, nem a escolha de dono, nem a serem alimentados devida­mente, nem à conservação da sua própria vida.Espancados, vendidos ou assassinados, o seu senhor não tinha que dar contas deles a ninguém.A afeição dos senhores que alguns sabiam captar valia‑lhes por vezes a alforria, isto é, a libertação, a carta de homens livres ‑ e ficavam a chamar‑se libertos.Até a medicina era exercida por escravos especializados, como os mesteres ignóbeis de fazer rodar os lagares e os moinhos.A escravatura foi a mais triste nódoa da civili­zação romana; mas se ainda dezoito séculos depois na América, naquela América que ostenta à entrada do seu primeiro porto a estátua gigante da Liber­dade, metade do seu povo, os Estados do Sul, que­riam a escravidão!As guerras eram as grandes fornecedoras de escravos... e de escravas.Para além dos comerciantes, dos artífices, dos proprietários, do funcionalismo, ficava a multidão confusa dos proletários e dos escravos.Os proletários eram os ociosos das ruas de Roma, miseráveis sem eira nem beira, que viviam do tráfico do seu direito de votar, e de assistência pública.Os grandes de Roma, necessitavam de gotos para subirem às altas magistraturas; pagando aos proletários, tinham os votos suficientes para triunfar.Havendo rivalidade, era servido . . . o que pagasse melhor.O negócio do voto e as distribuições de trigo ou de dinheiro pelo Estado, o estipêndio pelas revo­luções, eis as pouco dignificantes fontes de recur­sos do proletariado que é como quem diz do paupe­rismo urbano de Roma.Não havia possibilidade de ocupar tais persona­gens, porque todo o trabalho servil era realizado pelos escravos e agricultores não queriam ser.Os escravos eram geralmente prisioneiros de guerra, vendidos pelo exército vencedor a quem mais desse por eles.Prisioneiros vendidos ou homens livres reduzi­dos à escravidão no meio das guerras civis ou das crises económicas, os escravos tinham de trabalhar como animais domésticos, sem remuneração alguma e como estes, à força de chicote.Nenhuns direitos humanos se reconheciam a esses desgraçados. Não tinham direito a constituir família, nem a escolha ele dono, nem a serem alimentados devida­mente, nem à conservação da sua própria vida.Espancados, vendidos ou assassinados, o seu senhor não linha que dar contas deles a ninguém. A afeição dos senhores que alguns sabiam captar valia‑lhes por vezes a alforria, isto é, a libertação, a carta de homens livres e ficavam a chamar‑se libertos.Até a medicina era exercida por escravos espe­cializados, como os mesteres ignóbeis de fazer rodar os lagares e os moinhos.A escravatura foi a mais triste nódoa da civilização romana; mas se ainda dezoito séculos depois na América, naquela América que ostenta à entrada do seu primeiro porto a estátua gigante da Liber­dade, metade do seu povo, os Estados do Sul, que­riam a escravidão 1As guerras eram as grandes fornecedoras de escravos e de escravas.E como aqui, nestes lugares, não faltou o monstro da guerra, também houve lugar para a escravidão.Por ocasião da grande revolta, do ano 100, os vencidos nora todos morreram na batalha de Lama; Só em Numância é que os vencedores não conse­guiram prisioneiros, porque todos morreram na batalha ou se entre assassinaram depois, preferindo a morte à escravidã.


Ferratosa, mais tarde alterado o nome para Ferradosa, seria a granja dos escravos, dos marca­dos a ferro em brasa ; colónia agrícola que os ofi­ciais de Trajano poderiam ter fundado aqui com os sobreviventes da expugnação de Lama, como Décimo Júnio Bruto fundara 250 anos antes com os últimos heróis do exército de Viriato a colónia de Valência, no oriente de Espanha.A data do acontecimento pouco influi aliás na conclusão, em si, de uma colónia agrícola de escra­vos, ter sido a origem da povoação da Ferradosa.”